(1984 - CORPO: CDA)
As coisas que amamos,
as pessoas que amamos
são eternas até certo ponto.
Duram o infinito variável
no limite de nosso poder
de respirar a eternidade.
Pensá-las é pensar que não acabam nunca,
dar-lhes moldura de granito.
De outra matéria se tornam, absoluta,
numa outra (maior) realidade.
Começam a esmaecer quando nos cansamos,
e todos nós cansamos, por um outro itinerário,
de aspirar a resina do eterno.
Já não pretendemos que sejam imperecíveis.
Restituímos cada ser e coisa à condição precária,
rebaixamos o amor ao estado de utilidade.
Do sonho de eterno fica esse gosto ocre
na boca ou na mente, sei lá, talvez no ar.
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
A hora do cansaço
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4 comentários:
Talvez seja...
talvez o eterno esteja apenas na nossa mente...ou não.
Só pra constar: CDA é Carlos Drummond de Andrade...
Quanto ao eterno Raquel, na minha opinião, se existe: só no sentido do Enterno Retorno... Ciclos: destruição e crise são o poder gerador de outras novos ciclos...
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