Aconteceu em outra vida, numa época em que as coisas pareciam não ter fim. Tanto de uma mulher viveu ali,sonhou,cresceu, aprendeu... mudou. Tanto dela ficou ali gravado pelas paredes dos cómodos hoje em dia vazios, modificados. Essa casa que ela imaginava nunca mudar, foi talvez o que mais mudou, e em pouquíssimo tempo. Agora a casa não vai mais guardar as historias das gerações de famílias que por lá viveram, nem os que por lá passarem poderão ver em suas paredes pedaços das historias vivenciadas ali. Não haverá mais uma menina que fique deitada na calçada gelada olhando pro céu e imaginando como seria a casa nos tempos que em ela foi construída, relembrando os momentos de sua infância, quando brincava de esconde-esconde na casa toda escura,quando ela vagava sem sono pela casa e o único medo que ela tinha era de entrar na igreja, ou as lembranças dos momentos de sua adolescência,quando ela começou a perceber o amor,quando namorava durante a madrugada enquanto o resto da casa dormia, quando chorava suas primeiras desilusões da vida. Agora tudo são apenas reminiscências... de uma infância leve,feliz; uma adolescência de altos de baixos, amor e ódio ás paredes velhas da casa, paredes que foram testemunha do amor iniciado ali, do fim de paixões,de choros e risos de compartilhados entre amigas e amigos. Essas paredes que agora permanecem intactas apenas nas reminiscências de uma mulher que viveu ali, e por mais que tudo esteja diferente por dentro da casa, dentro da memória e do coração dessa mulher a casa será sempre a mesma casa de sua infância, a mesma casa onde ela começou a entender o que é viver de verdade.
terça-feira, 15 de setembro de 2009
Das reminiscências de uma vida passada.
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BIBLIOTECA AMELÍSTICA
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1 comentários:
Bucolicamente lindo, lembra-me a música "Vilarejo" da Marisa Monte
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