Apesar da grande maioria das mulheres da sua geração odiar banheiros públicos, essa mulher de nome Sophia por sua vez adorava um.
Adorava porque ali, nas portas rabiscadas revelavam segredos íntimos de outras que passavam diariamente.
Aquilo a deixava tão maravilhada que resolveu acompanhar as 'novelas' reais de versos simples da singela cabine de porta verde.
E tinha tudo que se podiam imaginar, todas as perguntas sem respostas e várias respostas sem ao menos uma pergunta. Era drama, comédia e até ficção, Sophia adorava.
Talvez não prestasse uma atenção mais cautelosa ao ler certos textos, no meio de toda empolgação até esquecia que teria que usar de fato, o vaso sanitário.
E para espanto da jovem garota, aqueles escritos eram bem mais que simples depoimentos anônimos, e sim a história de seus dias de vida, transcrita em portas verdes. Dias depois, a mesma moça que lia seu 'auto-retrato' passaria a retratar novos fatos alheios.
1 comentários:
Eu tenho essa mania, só que em banheiros masculinos.
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