Amélie,
Pensei em você hoje.Você pouco fala, não é mesmo?
Palavras soltas no vento são ossos abandonados.Quem quer ossos? Algum cachorro vadio , desses que se vê por aí ,talvez corra feliz com um entre os dentes.
A vida não é feita de palavras soltas , mas de gestos , abraços que o destino quis fazer acontecer.
Nada de ossos. São martírios da carne.Precisam endurecer e endurecer para terem sentido e existência. Abraços não .Quanto mais calor , mais vida.
Não quero um cemitério em minha vida.Não quero vagar por aí como um cachorro vadio.Quero o sabor da fruta mordida, já dizia o poeta.Quero o movimento , a cor, o sabor e a luz.
O vento passeia por aí sem pretensão .Sussurra coisas feias por entre os ossos.Durezas de um caminho percorrido.Precisamos transformar as palavras em gestos.Bons gestos ou maus gestos , tanto faz.Não é essa a questão. O importante será a possibilidade de não ser levada pelo vento, mas ser o próprio vento .
"E passear a tarde inteira entre os girassóis."
Beijos e abraços ,
2 comentários:
Deixa eu pegar na sua mão e passear contigo, Marcinha. Não gosto de caminhar só.
"não ser levada pelo vento, mas ser o próprio vento."
Amei, sejamos o vento que leva e que traz, que propaga as boas coisas.
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