domingo, 13 de setembro de 2009


Amélie,

Pensei em você hoje.Você pouco fala, não é mesmo?

Palavras soltas no vento são ossos abandonados.Quem quer ossos? Algum cachorro vadio , desses que se vê por aí ,talvez corra feliz com um entre os dentes.

A vida não é feita de palavras soltas , mas de gestos , abraços que o destino quis fazer acontecer.

Nada de ossos. São martírios da carne.Precisam endurecer e endurecer para terem sentido e existência. Abraços não .Quanto mais calor , mais vida.

Não quero um cemitério em minha vida.Não quero vagar por aí como um cachorro vadio.Quero o sabor da fruta mordida, já dizia o poeta.Quero o movimento , a cor, o sabor e a luz.

O vento passeia por aí sem pretensão .Sussurra coisas feias por entre os ossos.Durezas de um caminho percorrido.Precisamos transformar as palavras em gestos.Bons gestos ou maus gestos , tanto faz.Não é essa a questão. O importante será a possibilidade de não ser levada pelo vento, mas ser o próprio vento .

"E passear a tarde inteira entre os girassóis."

Beijos e abraços ,

2 comentários:

Manoela disse...

Deixa eu pegar na sua mão e passear contigo, Marcinha. Não gosto de caminhar só.

DiRenan disse...

"não ser levada pelo vento, mas ser o próprio vento."

Amei, sejamos o vento que leva e que traz, que propaga as boas coisas.